O conceito é simples, a Junta, Câmara ou Instituto divide um terreno em vários talhões, cada um desses talhões é atribuído a uma pessoa ou família que se tenha inscrito para o cultivar, em retorno a instituição recebe uma maquia anual pelo uso do terreno, ao mesmo tempo que envolve os munícipes em tarefas comunitárias e potencialmente ocupa de forma ordenada terrenos que até ali estavam ao abandono.
É a verdadeira entrega da terra a quem a trabalha!
Ora vejam aqui algumas fotos dum espaço no Bairro de São João, que até há pouco tempo era um baldio, e como foi aproveitado de forma exemplar pela junta de freguesia de Carcavelos.
Gostei do pormenor "Não traga animais para a horta comunitária, excepto cães guia", esta malta não se esqueceu de excepção nenhuma.
Todo o espaço é delimitado por uma cerca de madeira.
As zonas de passagem são cobertas por um tapete de gravilha, não vá alguem enganar-se no caminho e pisar as alfáces do vizinho.
Houve quem já tomasse posse do seu terreno, plantando alfaces e fazendo sementeiras de... couves? Bem o tempo também não tem ajudado.
Estas hortas são o sonho de qualquer agricultor: vedadas, fácil acesso, mesmo ao pé de casa, e até teem uma boca de água em cada talhão. E para que ninguem se queixe que tem de levar e trazer a sua enxada todos os dias, até teem uma casinha de arrumos, em madeira! A condizer com a vedação.
Mas parece-me faltar aqui qualquer coisa, se não raciocinemos. Horta Comunitária urbana, logo dentro de uma urbe, povoação. Nestes sitios de passagem há sempre quem não resita á tentação de saltar uma vedação de 80cm de altura e tomar para si, não digo roubar, mas apoderar-se do quenão é seu e que está mesmo ali á mão de semear.
Pois é, estou mesmo a ver a noticia de abertura do Jornal Nacional da TVI num destes dias, "Ti Jaquim acordou esta manhã sem tomates".
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