O dia 17 de Junho de 2011 fica a meu ver marcado por duas excelentes notícias, que não posso deixar de partilhar convosco:
Alvaro Santos Pereira (Ministro da economia) é professor associado na Simon Fraser University e professor visitante de Macroeconomia na University of British Columbia, ambas no Canadá. O Alvaro, aposta na transparência das contas públicas, resolução das parcerias publico-privadas e relançamento da economia. Não poderia estar mais de acordo.
A primeira, a nomeação XIX Governo constitucional. Não por ser o mais reduzido desde o 25 de Abril, não por ser o que menos tempo demorou a ser criado, mas sim porque reúne alguns dos melhores profissionais na suas especialidades a nível mundial:
Vitor Gaspar (Ministro das Finanças)exerceu os cargos de diretor do Gabinete de Estudos Económicos do Ministério das Finanças, diretor do Departamento de Estatística e Estudos Económicos do Banco de Portugal, diretor do Departamento de Estudos Económicos do Banco Central Europeu e Consultor da Administração do Banco de Portugal. Se este tipo não conseguir fazer nada pelas finanças internas é porque é mesmo um caso perdido.
Paulo Macedo (Ministro da Saúde) a reestruturação que operou na DGCI aquando director geral dos impostos no governo de Durão Barroso só pode prometer grandes mudanças numa área que precisa e merece. Apenas espero que sejam mudanças no sentido da melhoria da eficiência, eliminação dos lobbies instalados, e não na redução do serviço publico. O tempo o dirá.
Destaco também, Nuno Crato Ministro da Educação). Um cientifico que irá com grande probabilidade dar um rumo ao ensino.
Vejo nestas nomeações, uma vontade de rumar contra uma banca-rota anunciada.
A Segunda boa noticia.
Será por acaso que o comissário europeu da agricultura esteve hoje em Portugal, visitou uma pequena exploração agrícola em Vidago e anunciou para 2013 a reforma da política agrícola comum, a qual irá reflectir-se num aumento dos incentivos aos pequenos agricultores, por forma a combater a desertificação e promover a produção agrícola sustentável?
A meu ver não é mesmo por acaso.
A história começa em finais de Maio, a bactéria e coli mata 17 pessoas na Alemanha, as culpas são colocadas nos pepinos Espanhóis, logo de seguida nos rebentos de soja de uma quinta biológica Alemã, a epidemia causa inúmeros prejuízos em quintas por toda a Europa. Cientistas estudam a bactéria e chegam à conclusão que se trata de uma mutação de uma estirpe comum que vive nos intestinos humanos só que mais virulenta e letal. Esta bactéria nunca antes tinha sido isolada e é imune aos 8 (oito) tipos de antibióticos conhecidos.
Os especialistas preferem usar a expressão "é difícil de explicar" quando questionados sobre a sua origem. Mas há alguns que arriscam afirmar que a bactéria tem uma "assinatura genética", seja lá o que isso for, que lhes permite afirmar que se trata de uma bactéria fabricada em laboratório.
Se nos recordarmos o que a Europa tem resistido ao cultivo de espécies transgénicas oferecidas pelas grandes biotecnológicas como a Monsanto, podemos perceber como essa bactéria apareceu, e porquê na Alemanha. A formula é conhecida, criam o pânico na população, levando-a a reduzir o consumo dos produtos frescos, as pequenas e médias quintas são rapidamente arrastadas para a falência aparecendo depois essas empresas a prometer lucros muitíssimo atractivos com as suas sementes, a partir daí os agricultores ficam literalmente na mão desses empresas, tendo todos os anos de comprar novas sementes e químicos ao mesmo fornecedor.
Se não estiver enganado, o comissário europeu da agricultura está mesmo a marcar uma posição, a posição acertada, garantir a manutenção das espécies autóctones e promover a manutenção da biodiversidade, ao mesmo tempo que incentiva o aproveitamento do solo, a criação de emprego, incentivando a economia e diminuindo as importações.
Se assim for, a Europa está no bom caminho.